quarta-feira, 19 de agosto de 2015

Paciente (quase) médica

Outro dia uma pacientinha de 7 anos do consultório me deixou preocupado. Comigo mesmo.
Eu a examinei e não tinha nada demais. A família se preocupava com a baixa estatura, mas estava dentro do padrão genético familiar. Medi, pesei, auscultei, medi pressão, examinei abdômen, genitália e nada.
Tirei o estetoscópio do pescoço e perguntei se ela queria ouvir seu coração. Ela aceitou. E ficou entusiasmada com o que ouviu, tanto que ficou repetindo tum ta tum ta no mesmo ritmo.
Com as olivas ainda no ouvido dela, peguei a outra ponta e coloquei no meu coração.
- É igual? - perguntei.
- Não! - respondeu rindo.
- Não??! Qual a diferença? Será que meu coração parou e eu sou um fantasma?
- Não! O seu é mais rápido!
Ao final da consulta tomei meu pulso radial e contei 100 batimentos em um minuto. Minha doutora tinha razão.

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