quarta-feira, 11 de fevereiro de 2015

Lusofonia

Em sua aula de filosofia M. Jourdain se surpreende ao descobrir que vem falando em prosa a vida toda sem saber.
Pois às vezes me parece que, diferente do burguês ridículo de Molière, portugueses falam em poesia sem saber.
Minha pacientinha C.H.V.S., de 80 anos, natural de Viseu, queixou-se que seus olhos estavam ardendo e lacrimejando quando ela via tevê.
- É claro que a senhora chora! Só passa novela triste e jornal de desgraça!
E ela respondeu:
- Não sou eu que choro; os olhos choram por querer chorar.

Nenhum comentário:

Postar um comentário