segunda-feira, 24 de novembro de 2014

Ser médico é...

Ser médico é tanta coisa que é difícil unir tudo em uma só frase.
Ser um médico de consultório,
que vê o paciente chegar e ir embora;
ou um médico plantonista,
que chega, vai embora e vê o paciente ficar lá;
ou um médico patologista,
que vê a parte e encontra o todo;
ou um médico de família,
que vê o todo e encontra a parte;
ou um médico radiologista,
que vê por dentro através da física;
ou um médico cirurgião,
que vê por dentro através do bisturi;
ou um médico oftalmologista,
que vê o que o paciente vê;
ou o médico psiquiatra,
que vê o que o paciente acha que vê;
Com os seus instrumentos próprios da sua especialidade, cada um vê o paciente ao seu modo.
Ser médico é sempre lembrar do mais importante
ver o paciente
falar com o paciente
ouvir o paciente
sentir o paciente.
Ele não deve ser metonimicamente substituído pela doença.
Ele não é uma doença
Ele não é um fígado com cirrose
Ele não é um coração infartado
Ele não é um olho glaucomatoso
Ele não é uma fratura vertebral.
Ele tem uma doença
ou pensa que tem
ou corre risco de ter
ou se incomoda com a possibilidade de um dia vir a ter.
Algo que diminui a sua qualidade de vida, impõe restrições à sua rotina, requer que se lembre de uma lista de remédios de nomes complicados.
Um muito obrigado àqueles que me fazem médico: meus pacientes!

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